terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Assaltaram a Gramática
-"Mais rápido
Que um avião chamas
Capaz de preencher
Grandes orifícios
Sem fazer o menor esforço
Apresentando pela 1° vez
Em estréia internacional
Assaltaram a Gramática
Nova fórmula, novo sabor
Vitaminado, vai!"...
Assaltaram a Gramática
Assassinaram a Lógica
Huuumm!
Botaram Poesia
Na bagunça do dia-a-dia...
Sequestraram a Fonética
Violentaram a Métrica
Huuuumm!
Meteram Poesia
No meio da bôca'língua...
-"Ooh! Ooh!
Só não pode beber
Com a boca no gargalo
Não perca o show do intervalo"...
Lá vem o poeta
Com sua coroa de louros
Espertalha, dentão
Arião, boldo
O Poeta é a Pimenta
Do Planeta...
-"Dentro de instantes
Os melhores lances do 1* tempo
Não perca os piores momentos"..
Assaltaram a Gramática
Assassinaram a Lógica
Huuuumm!
Botaram Poesia
Na bagunça do dia-a-dia...
Sequestraram a Fonética
Violentaram a Métrica
Huuuumm!
Meteram Poesia
Onde devia e onde não devia...
Lá vem o poeta
Com sua coroa de louros
Espertalha, dentão
Arião, boldo
O Poeta é a Pimenta
Do Planeta...
"Aaai!
-Estupraram a Gramática
Senhora datilógrafa
Anota aí na máquina
O Zagalo vai mudar de tática
E no intervalo
Eu quero ver a matemática
Dessa pelada
Violentaram o 2* tempo
Sequestraram
Meus melhores momentos
Expulsaram a lógica
Chutaram a fonética
Eu vou de arquibancada
Ou de cadeira
(Elétrica?)
Ô frangueiro!
Bate logo o tiro de métrica
Eu entro de carrinho
E faço um gol de bicicleta
(Ergométrica?)
O Poeta é a Pimenta do Planeta
Passa essa bola
Que eu vô meter de letra
-Na bagunça do dia-a-adia
-Eu entro em cena, tô na área
Se derrubar é pena
Pena! Pena! Pena!
Penalidade Máxima!"...
Se me derrubar!
Se me derrubar!
Eu tô na área
O Juíz tem que apitar
Se me derrubar!
Se me derrubar!
Eu tô na área
O Juíz tem que apitar
Lulu!...
Lá vem o poeta
O poeta já vem lá
Lá vem pimenta
A pimenta já vem lá
Pimenta-malagueta
Prá me alimentar
Pimenta-malagueta
Pro planêta balançar...
Assaltaram a Gramática
Assassinaram a Lógica
Huuumm!
Botaram Poesia
Na bagunça do dia-a-dia...
Se me derrubar!
Se me derrubar!
Eu tô na área
O Juíz tem que apitar
Se me derrubar!
Se me derrubar!
Eu tô na área
O Juíz tem que apitar...
Juiz!...
Sequestraram a Fonética
Violentaram a Métrica
Huuuumm!
Meteram Poesia
No meio da bôca'língua...
Lá vem o poeta
Com sua coroa de louros
Espertalha, dentão
Arião, boldo
O Poeta é a Pimenta
Do Planeta
Aaaai!...
O gigolô das palavras
..Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com as suas afrontas às leis da língua e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão!", "Culpa da revisão!"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
............Respondi que a linguagem, qualquer linguagem é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, comover...Mas aí entramos na área de talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
............Claro que eu não disse tudo isso a meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo
............Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria importante, impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda.
A gramática do Joãozinho
Aí a professora começou a aula. Perguntou para o Joãozinho:
- "Joãozinho, me dê um exemplo de verbo."
Joãozinho: - "BICICRETA, professora."
Professora: - "Joãozinho, não é bicicreta, é BICICLETA ! E isto não é verbo, é substantivo. Agora dê outro exemplo."
Joãozinho: - "CREBRÔ, fessora."
Professora: - "Ótimo, mas não é CREBRÔ, é QUEBROU !"
Aí, a professora virou-se pro Joãozinho: - "Joãozinho, agora me dê um exemplo de verbo."
Joãozinho: - "HOSPEDAR, fessora !"
Professora: - "Muito bem ! Agora, faça uma frase com este verbo."
Joãozinho:- "HOSPEDAR DA BICICRETA CREBRÔ ... "
Gramática:
Classificação
Sintaxe
Semântica
Etimologia
Fonética
Morfologia
Literatura
Tipos
Gramática descritiva
Gramática gerativa
Gramática formal
Gramática funcional
Gramática normativa
Gramática transformacional
Gramática universal
Gramática implícita
CRIAÇÃO
O verbo nunca esteve no início
dos grandes acontecimentos.
No início estamos nós, sujeitos
sem predicados,
.....................tímidos,
............................... embaraçados,
às voltas com mil pequenos problemas
de delicadezas,
.....................de tentativas e recuos,
neste jogo que se improvisa à sombra
do bem e do mal.
No início estão as reticências,
este-querer-não-querendo,
os meios-tons,
..................a meia- luz,
.................................os interditos
e as grandes hesitações
que se iluminam
.....................e se apagam de repente.
No início não há memória nem sentença,
apenas um jeito do coração
enunciar que uma flor vai-se abrindo
no seu dia de festa, ou de verão.
No início ou no fim (tudo é finício)
a gente se lembra de que está mesmo com Deus
à espera de um grande acontecimento,
mas nunca se dá conta de que é preciso
ir roendo,
.............roendo,
.......................roendo
um osso duro de roer.
BRINCANDO DE ESCREVER E ESCREVENDO BRINCANDO...
Redação
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício.
Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
ROTEIRO: TP 02
Acolhimento
Sensibilização
Discutindo conceitos
Formação de grupos
Fundamentação teórica
Análise do texto do aluno
Sistematização
Leitura e análise de texto
Avaliação da oficina
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
ROTEIRO: TP 01
1. ACOLHIMENTO
2. SENSIBILIZAÇÃO
3-FORMAÇÃO DE GRUPOS
4- ATIVIDADE EM GRUPO
5- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6- SISTEMATIZAÇÃO
8- MOBILIZAÇÃO PARA A PRÓXIMA OFICINA
9 – AVALIAÇÃO DA OFICINA
GÍRIAS DA ACADEMIA
1. Colóquio sonolento para acalentar bovino.
2. Inflar o volume da bolsa escrotal
3. Derrubar, com a extremidade do membro inferior, o sustentáculo de uma das unidades de acampamento.
4. Deglutir o batráquio
5. Sequer considerar a utilização de um longo pedaço de madeira.
6. Sequer considerar a possibilidade da fêmea bovina emitir fortes e ruidosas contrações laringo bucais.
7. Derramar água pelo chão com tombamento violento e premeditado de seu recipiente.
8. Retirar o filhote de eqüino da perturbação pluviométrica
9. Creditar o primata.
10. Precipitar-se ao chão com intenções mortais
MARCOS BAGNO – Nada na língua é por acaso
“NINGUÉM FALA ERRADO, TODO MUNDO FALA O IDIOMA USADO
(EVANILDO BECHARA)
"A ESCOLA É O LOCAL
STELLA MARIS BORTONI-RICARDO - Educação em língua materna
ROTEIRO: TP 06
Apresentação de objetivo e roteiro
Relato de experiência
Pedir aos cursistas que relatem um ”Avançando na Prática” que tenham realizado em sala de aula;
- Recolher as atividades do “Lição de casa”.
Acolhimento
Vídeo Espermatozóides
Sensibilização
Análise de imagens:
Apresentar aos cursistas três imagens de lugares
E pedir que comentem:
* O que estas imagens lhe sugerem?
* Quais lembranças lhe foram despertadas?
* Qual imagem mais lhe agradou? Por quê?
Pedir aos cursistas que a partir da análise de cada imagem, construam coletivamente um texto publicitário, uma propaganda, sobre o lugar que mais agradou.
um cursista registra as idéias do grupo, até que a propaganda esteja pronta.
Analisar a produção atentando para a argumentação presente na propaganda:
- que argumento foi usado para “vender” o lugar escolhido?(É mais bonito? Mais barato? Mais relaxante? Ou outro argumento?)
Vivenciando a argumentação
Dinâmica do CONCORDO/DISCORDO/ARGUMENTO:
Fundamentação teórica
“Texto de referência” - páginas 59,60 e 61.
Planejamento de escrita
Como as idéias foram organizadas para chegar à produção da propaganda?
* No que nos baseamos para expor nossas idéias?
* Nos utilizamos de estratégias para criar o texto?
* As estratégias seriam as mesmas se fossemos produzir um poema?
* Como costumo pedir produções de textos aos meus alunos?
Refletir com os cursistas questões como:
· Para quem escrevo? (interlocutores)
· Por que escrevo? (objetivo)
· O que escrevo? (assunto)
· Como escrevo? (modo de dizer - linguagem)
Que gênero escolho?
Formação de grupos
Atividade de produção textual
Cada grupo receberá duas imagens de uma casa, para, a partir delas construir um texto seguindo o comando :
1- O grupo deverá escrever um texto, assumindo o papel de um Corretor de Imóveis, que tenta convencer o cliente a comprar a casa.
2- O grupo deverá escrever um texto, assumindo o papel de um Noivo, que tenta convencer a Noiva de que aquela é a casa ideal para eles.
3- O grupo deverá escrever um texto, assumindo o papel de uma Dona de Casa, que conta para uma amiga como é a casa que acabou de comprar.
4- O grupo deverá escrever um texto, assumindo o papel de um Arquiteto, que descreve para o cliente, a casa que está projetando.
5- O grupo deverá escrever um texto, assumindo o papel de um Ladrão, que tenta convencer o seu comparsa a roubar a casa.
Cada grupo fará a socialização do seu texto;
Refletir com o grupo sobre o planejamento de escrita usado para a produção dos textos.
Mobilização para próxima oficina
Avaliação